quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Quem vai comemorar comigo minha milésima criança alfabetizada?

Toda vez que chego em casa no final de um dia extremamente estafante, a primeira coisa que faço antes de me travestir de dona de casa, é dar uma olhada nas notícias do dia, um pouco atrasadas, mas mesmo assim posso me informar. Num desses dias estafantes, liguei a TV e me surpreendi com a notícia de que um jogador de futebol renomado queria mudar o local de um jogo, para um local mais badalado e famoso para comemorar seu milésimo gol.
Parei diante da TV e fiquei impressionada com a ênfase que se dava para tal façanha, como se num jogo de futebol o único e principal objetivo não fosse colocar a bola pra dentro da trave. E é aí que entra minha pergunta: “e o que eu estou fazendo em minha profissão? Eu e milhares de educadores que têm tarefa mais árdua do que o jogador de futebol, acredito eu, quando tem de colocar na sociedade crianças com autonomia para atuar como cidadãos competentes.
Outro dia estava lendo um livro, desses que a gente ainda insiste em ler pra ficar atualizada e não deixar que a educação piore por falta de estudo. Pois bem, foi num desses livros técnicos que comecei a refletir se valia o sacrifício de ensinar, se é que se ensina alguma coisa a alguém hoje em dia.
Depois de ler algumas páginas, enquanto o noticiário fazia o alarde com tal desespero de causa para se decidir o tal milésimo gol, fiquei tão irritada com a situação (e há males que vem pra bem) que tive a ânsia de escrever esse artigo. Talvez para desabafar um pouco, já que nunca seremos ouvidos nesse País da mesma forma que um jogador de futebol. Faço aqui, a minha parte, talvez de uma forma tão ínfima que nem seja notada, mas que já será um grande alívio.
Ao trazer essa significação para o conceito de educação que se faz, posso retornar à exploração que procurei fazer sobre a lógica da comemoração desse milésimo gol e sobre a quantidade – que não é menos que isso – de crianças alfabetizadas por muitos professores munidos de um conjunto de qualidades se caráter positivo, fundadas no bem comum com a finalidade de realizar os direitos coletivos de uma sociedade que se quer.
Publicado em 01/10/2007
Queila Medeiros Veiga

Sugestão de preenchimento de relatório

Não procures a verdade fora de ti, ela está em ti, em teu ser. Não procures o conhecimento fora de ti, ele te aguarda em tua fé interior. Não procures a paz fora de ti, ela está instalada em teu coração. Não procures a felicidade fora de ti, ela habita em ti desde a eternidade.( Mestre Khane)


Sugestões para preenchimento do relatório
Observações
É importante considerar, na construção do relatório os seguintes critérios:
• A avaliação deve ser sempre enfatizar os avanços e não apenas os fracassos. Registrar o que o aluno conseguiu e em que progrediu;
• Valorizar e registrar o desenvolvimento sócio-afetivo como: participação, solidariedade, posicionamento, sentimentos;
• É preciso registrar a participação do aluno nos projetos desenvolvidos no bimestre;
• Deve-se proceder relação com o registro anterior;
• Diversificar a redação de um aluno para o outro, buscando se fiel em suas colocações.

Sugestões para iniciar relatórios
• Com base nos objetivos trabalhados no bimestre, foi possível observar que o aluno...
• Observando diariamente o desempenho do aluno, foi constatado que neste bimestre...
• A partir das atividades apresentadas, o aluno demonstrou habilidades em...
• Com base na observação diária, foi possível constatar que o aluno...Desenvolvimento cognitivo
• O aluno demonstra um ótimo aproveitamento na aquisição da leitura e escrita.
• O aluno apresenta bom desenvolvimento no processo de aquisição da leitura e da escrita.
• O aluno está desenvolvendo-se gradualmente no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
• Encontra-se em desenvolvimento no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
• Tem um bom desenvolvimento cognitivo, mas apresenta dificuldades na leitura, contudo com a realização da recuperação paralela tem apresentado avanços importantes.
• Lê com fluência qualquer tipo de texto, fazendo conexões com a realidade.
• Lê e interpreta os textos trabalhados em aula sem maiores dificuldades.
• Lê com alguma dificuldade, mas demonstra interesse e esforça-se em aprender.
• Escreve, ordena e amplia frases, formando textos coerentes e lógicos.
• Produz frases e pequenos textos com criatividade e entendimento.
• Constrói o conceito lógico-matemático, realizando cálculos com as quatro operações matemáticas.
• O aluno tem especial interesse nas atividades matemáticas.
• Realiza cálculos simples de adição e subtração.
• Realiza cálculos com auxilio de material concreto.
• É curioso, questiona e busca informações.
• Traz para a classe informações de fontes diversas como: radio, tv, jornais e etc.
• Compreende as relações existentes entre os elementos do meio ambiente.
• Compreende a importância da preservação do meio ambiente para o futuro do nosso planeta.
• Adota hábitos de cuidados com o corpo e com o ambiente.
• Nas atividades orais demonstra desenvoltura ...( ou inibição)
• Ocasionalmente troca letras
• Constrói frases criativas e elabora pequenos textos com linguagem e ilustrações significativas;
• Expressa o que pensa relatando, argumentando, avaliando, relacionando, ordenando, generalizando, concluindo...;
• Expressa a escrita representando idéias através de rabiscos, pseudo letras e outros símbolos• Lê com fluência vários tipos de textos interpretando-os;
• Produz textos escritos com clareza, coerência e coesão;
• Identifica e escreve seu nome completo;
• Observa, descreve, analisa e sintetiza gravuras, reportagens e textos;
• Apresenta dificuldades ortográficas• Identifica e escreve seu nome completo
• Ainda não faz relação entre o que fala e escreveParticipação- convívio social
• Participa com interesse e produtividade.• Boa participação nas atividades realizadas em sala.
• Participação tímida nas atividades em sala, embora tenha bom relacionamento com os colegas em classe.
• Demonstra atitudes críticas diante de acontecimentos conflitantes.
• É criativo e comunicativo.• Coopera com colegas e professora.
• O aluno demonstra interesse nas atividades propostas embora não tenha autonomia para realizá-las sem o apoio da professora.
• Ouve, reproduz e transmite textos oralmente como histórias, recados, noticias entre outros.
• Demonstra curiosidade em relação aos assuntos estudados.
• É cuidadoso e rápido na execução das atividades desenvolvidas.
• Aceita sugestões da professora e dos colegas.
• Manifesta suas opiniões com clareza e objetividade.
• Contribui para a integração e o crescimento do grupo;
• Demonstra inquietude e geralmente se envolve em questões referentes aos colegas;
• Ainda não aceita as regras convencionadas pelo grupo;• Colabora na construção de regras;
• Interage com o grupo, ouvindo, respeitando e se posicionando;
• Tem um bom relacionamento com os colegas e mostra-se sempre pronto em ajudar;“Todas as maravilhas que você precisa estão dentro de você.”(Sir Thomas Browne)• Reconhece as relações entre fala e escrita;
• Explora várias formas de linguagens e diferentes tipos de suporte textual para ampliação de informações;
• Ouve historias e comentários valorizando impressões afetivas;
• Lê e escreve textos desenvolvendo a compreensão do sistema alfabético, utilizando a escrita de acordo com as concepções e hipóteses que possui no momento;
• Produz textos individuais e coletivamente, utilizando gestos, desenhos, sons movimentos e palavras;
• Distingue a língua escrita da língua oral;
• Demonstra compreensão do sistema alfabético;
• Lê silabicamente palavras, formadas por grupo de silabas compostas por vogal e consoante;
• Produz frases com lógica;
• Produz pequenos textos sem preocupação ortográfica;• Distingue letras na linguagem oral e escrita;
• Encontra-se na fase pré-silabica, começando a diferenciar letras de números, desenhos ou símbolos.
• Percebe que as letras são para escrever porem ainda não sabe como isso se processa;

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Identidade do coordenador...

Quando penso em identidade do coordenador duas questões são preponderantes analisar: os riscos de definir a função do CP e o significado histórico da hierarquia de funções na instituição escolar.
Em relação a primeira primeira questão , penso que começa a se explicitar para muitos dosenvolvidos com a atuação dos CPs que vários estilos de coordenar os trabalhos nas escolas estão em formação/ construção. Torna-se claro também que uma certa angústia acompanha essas experiências. Sente-se, por um lado, a necessidade de “definir a identidade do CP” cujo espaço parece não estar assegurado e, portanto, é ameaçado por outras formas de poder e necessidades. Por outro, é possível aprender um movimento criativo e inventivo, em que a despeito da não “ institucionalização” da função, ou talvez por isso mesmo, existe um processo de conquista de uma “territorialidade”. Neste último sentido é preciso passar um tempo para a acomodação de conquistas pois não há, felizmente, uma tradição ou modelos que condicionem tais práticas. Elas estão se fazendo mediante um aprendizado local, com indagações e buscas de respostas a problemas gerados no cotidiano das escolas. Visto sob o ponto de vista do alcance político-pedagógico, pode -se dizer que há uma oportunidade histórica se construindo em relação ao trabalho do CP, uma vez que permite criar condições e/ou potencializar e dinamizar experiências de professores e alunos que muitas vezes ocorrem solitariamente e sem interlocução.
Portanto, a busca de definição da função do CP nesse momento talvez se faça a partir e no interior das relações travadas no dia-a-dia da escola caminhos e atalhos a serem construídos/seguidos. Dessa maneira é difícil imaginar um projeto e um modo de geri-lo uniformes mas sim modos próprios de fazê-los, tendo em vista suas especificidades culturais, profissionais, enfim situações singulares que demandam encaminhamentos também singulares. Podem-se imaginar alguns pontos comuns a serem discutidos e trocados, mas que não sejam determinados a priori e sim ao longo da produção de um saber no espaço da escola: a conquista de uma “territorialidade própria”.
O segundo aspecto do tema se refere ao significado histórico da hierarquia de funções na instituição escolar. Trata-se de um aspecto que merece ser tratado com bastante atenção, não só complexidade que carrega, mas porque historicamente tem marcado com tal intensidade os modos de fazer e pensar educação que suas práticas acabaram por “naturalizar-se”. Refiro-me aos códigos e normas regulamentadoras e produtoras das relações pedagógicas entre técnico, diretor, professor, aluno, chegando até as famílias. Instauradas desde as décadas de 20 a 30, durante processo de institucionalização do sistema escolar, essas regras foram lentamente se incorporando às práticas pedagógicas, criando hábitos e reestruturando mentalidades. Assim, perderam-se de vista os fios históricos, artífices dessa “lógica administrativa” que passou a ser
percebida, em seus dispositivos de funcionamento, como “natural” e intrínseca aos espaços escolares.
Penso que quando tomamos consciência desses fios históricos como contingência que permitiu a trama da fabricação de discursos, de modo de pensar, de hábitos e atitudes, não estaríamos concebendo nosso eterno enredamento numa teia histórica sem saídas. Pelo contrário, ao compreendermos que certas regras e normas que delimitam e burocratizam nosso fazer pedagógico foram produzidas sob contingências determinadas e por sujeitos em luta disputando projetos sociais bastante concretos, entendemos que nosso olhar pode ser mais livre do que pensamos, ou seja, ao descobrirmos que tal condição pertence a contingências históricas entendemos que é possível ensaiar novas formas de ver e fazer.
A complexidade desta reflexão está no fato de que sintetiza um longo e polêmico movimento histórico, em que as memórias registradas pela história da educação nem sempre nos esclarecem sobre o processo pelo qual certos projetos foram vitoriosos. Nem se quer tivemos registrada a memória de outras experiências em confronto.
Homogeneizaram-se as interpretações retirando-lhes os conflitos, resistências e contradições. Assim, fomos formados e nos profissionalizamos a partir de um discurso uniformizante e consensual, atuando numa estrutura na qual a lógica administrativa e racionalizadora, tomada como medida de eficiência, tem extrapolado nossas possibilidades de pensar e fazer. Quando nos deparamos com dúvidas, conflitos, dificuldades e diferenças em nosso cotidiano pedagógico, o mal-estar se instala como se isso fosse uma anomalia a ser debelada e/ou ignorada. Porém, é justamente em meio a esses impasses que, em princípio, reunimos o potencial e o desafio para criar.

sábado, 9 de agosto de 2008

10 anos de coordenação...comemoração merecida!






Comemorando os 10 anos de Coordenação....num almoço delicioso ao som de música ao vivo.